sábado, 1 de maio de 2010

BUENOS AIRES: PARTE 1

Infelizmente não foi possivel escrever os textos da viagem à Argentina durante a estada lá, pois foi uma viagem muito intensa, na qual fizemos muita coisa em pouco tempo. Pelo mesmo motivo, tenho muita coisa para contar.

Dia 1: o 1o dia efetivo em Buenos Aires (BA). Eu e Jaque fomos ao centro e iniciamos o passeio pela Plaza de Mayo, onde há várias construções históricas, incuindo a Casa Rosada, em que fizemos uma visita guiada. Sua cor foi inspirada na união das facções que lutavam entre si no século 19, que tinham como cores simbólicas o vermelho e branco. Outro lugar de interesse nessa praça é a Catedral Metropolitana, onde estão enterrados alguns heróis da independência argentina.



O centro de BA é muito interessante para ir andando e explorando. Da Plaza de Mayo andamos por pelo menos 3 grandes vias muito bonitas. Um roteiro interessante para os que querem fazer compras é seguir pela diagonal norte e rapidamente entrar na Calle Florida, um grande shopping a céu aberto, onde tudo custa a metade do preço do Brasil, o que deixa a mulherada enlouquecida. Foi o que fizemos - compramos algumas coisas que estávamos precisando (e algumas que não estávamos precisando tanto assim), visitamos as Galerias Pacífico, um shopping que fica num prédio antigo, com o teto todo pintado como se fosse uma igreja, onde almoçamos e tomamos sorvete na Freddo, que tem o melhor sorvete de doce de leite que eu já tomei na vida. Depois, seguimos para o norte em direção à Plaza San Martin, onde há o monumento para os heróis das Malvinas e a Torre dos Ingleses, que foi construída após doações de ingleses residentes na Argentina, como uma espécie de compensação pela guerra das Malvinas. Essa praça é adorável, com muitas árvores, incluindo algumas centenárias. Ao seu lado, está a estação de trem antiga na qual foi filmada uma cena do “Segredo de seus olhos”, o ótimo filme argentino que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro (a cena que o investigador parte para o exílio e deixa sua amada promotora para trás). No meu manual consta que no Centro há túneis subterrâneos secretos do século 18, construídos pelos jesuítas, abertos à visitação, mas nós não conseguimos visitar, fica para a próxima. Para chegar ao Centro, se vc não estiver lá é muito simples, pode-se usar o metrô, que tem 5 linhas, é baratíssimo e cobre todos os pontos turísticos, com múltiplas integrações. É o melhor transporte de BA, com certeza, com o bônus de sempre ter uns caras tocando guitarra e cantando, nas galerias ou mesmo dentro do metrô – se houvesse isso no Rio, acho que eles iam ser atropelados pelo mulão...




À noite um membro do staff da pousada em que estávamos nos recomendou um restaurante italiano chamado Apassionato, em Palermo, que realmente era muito bom. Nada como ir jantar à pé. Seu dono, muito simpático, já havia ido ao Brasil de moto e tinha adorado Paraty e as praias de Trindade onde, segundo ele, havia fumado o melhor beck da sua vida (olha so o que o cara conta em 5 min de conversa, que figuraça)! Aí eu expliquei pra ele que em Trindade foi onde inventaram a maconha. Ele se ria toda vida.
Uma observação sobre a pousada: inicialmente parecia muito charmosa no site, mas na verdade foi uma certa enganação. Não era ruim, mas tb não era assim assim, com vários problemas estruturais. Por isso, apesar dos simpaticíssimos funcionários e da charmosa mesa de café da manhã, eu não tenho como recomendá-la. O seu nome é Che Lulu. A grande vantagem era a localização, em Palermo Viejo, perto da Calle Honduras, que concentra, no seu entorno, vários restautrantes charmosos.

Dia 2
: segundo dia em BA, resolvemos ir à Boca e San Telmo, que são bairros próximos entre si. A Boca é um bairro turistão, mas nem por isso deixa de ser interessante. Os imigrantes genoveses que colonizaram a região pintaram as casas com restos de tinta dos navios, por isso lá é tudo colorido, com telhados de zinco. O principal local é o Caminito, que concentra bares e lojinhas. É o lugar mais barato para se ver um show de tango, a custo somente das bebidas consumidas. Pra quem é viciado em futebol (não é o meu caso), pode ser de interesse visitar o La Bombonera, estádio do Boca Juniors. Para chegar na Boca, só de táxi, pois não é seguro de ônibus e o metrô não chega lá.


À tarde, fomos a San Telmo, que é um dos lugares de que mais gostei, um bairro antigo, onde os ricos moravam antes da epidemia de febre amarela do fim do século 19. Lá há uma grande feira a céu aberto, mais especializada em antiguidades, com barzinhos, restaurantes e cafés e muitos grupos musicais bacanas no meio da rua. Fiquei até espantado porque havia uns caras tocando um jazz antigo de violão que o Cabelo havia comentado comigo um outro dia, mas agora me esqueci o nome. Havia gente pra caralho lá, estilo SAARA, com uma animação incrível. Nós começamos pela Plaza Dorriego, visitamos o Mercado de San Telmo (não achei tanta graça nele, sou mais o Mercado Municipal de SP) e seguimos pela Calle Defensa, onde almoçamos, até chegar à Plaza de Mayo. Na verdade eu recomendaria fazer o inverso, começar pela Plaza de Mayo e descer pela Calle Defensa, para depois voltar pelo mesmo caminho. San Telmo tem alguns locais de shows de tango que podem ser visitados à noite, mas não posso recomendar porque não fui, uma vez que me parecia mais ser um Plataforma à moda argentina. Ao chegar na Plaza de Mayo, nos dirigimos pela av. de Mayo até o Café Tortoni, um famoso restaurante antigo, muito luxuoso e conservado, sem ser caro. Lembra muito a Confeitaria Colombo.



Nessa noite fomos à Puerto Madero, o porto revitalizado, que fica em frente ao Rio del Plata. O lugar é imenso, com muitos restaurantes, mas que são algo padronizados, um pouco sem charme. Seu preço está um pouco acima dos restaurantes de Palermo e do centro, por isso acho que é mais produtivo que esse local seja visitado de dia para algumas fotos e o jantar seja em outra freguesia. Entretanto, não nos arrependemos, afinal o jantar de parrilla de bife de chorizo com legumes regado a vinho tinto não foi nada mau.

No próximo texto vou falar já sobre Bariloche.

Abs!

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