Estamos agora no segundo texto da série de Brasília. Dessa vez eu vou falar sobre a cidade em si, no que compreende o Plano Piloto e suas adjacências.
A cidade tem a forma de um avião, onde as asas são chamadas de Asa Sul e Asa Norte, que são cortadas de ponta a ponta pelo Eixão e o corpo do avião é um grande eixo transversal chamado Eixo Monumental, que liga a Esplanada dos Ministérios ao Eixão. Com isso, nas áreas entre essas grandes vias, estão outras áreas, que são denominadas de acordo com a sua localização geográfica (exemplo: sudoeste).
Nas Asas Sul e Norte, não há nomes de ruas e números de prédios. As quadras são numeradas de acordo com a sua posição, à esquerda ou à direita do Eixo, e de acordo com a proximidade da Zona Central. Dentro de cada quadra tem os blocos, denominados por letras. Dessa forma, uma vez que vc entende a lógica da organização, automaticamente vc chega a qualquer lugar se dispuser do endereço, mesmo sem nunca ter ido no local. A cada 2 quadras residenciais há uma quadra comercial. Alem das quadras residenciais, há outros setores que recebem sua denominação a partir da função, sendo abreviados por suas iniciais. Exemplo: Setor Hospitalar Sul, ou SHS.
Ao lado das asas, se estendendo por todo o comprimento do plano piloto, foi represado um rio, sendo formado o Lago Paranoá. Nas suas vizinhanças, há 2 peninsulas que foram chamadas de Lago Sul e Lago Norte. Há uma grande vantagem em morar nesses locais, pois ficam de cara para o lago, o que torna esse local um pouco menos seco do que o resto da cidade.
O clima de lá é muito esquisito. A cidade é conhecida pela secura, no entanto a verdade é há 6 meses de seca no outono/inverno e 6 meses de chuva, na primavera/verão. E é chuva todo dia mesmo. E pancadas. Imagina só que louco. Na sombra sempre é agradável, pois mesmo nos dias mais quentes, a temperatura não passa de 30 graus, o que se deve à altitude local – 1000 metros – e às centenas de arvores distribuidas pela cidade. Brasilia eh a cidade com a maior cobertura verde do pais, portanto se vc imagina esta cidade uma selva de pedra, com as obras utópicas do Niemeyer, pode esquecer.
A cidade tem uma renda per capita, segundo dados recentes, de 11700 reais (!!!). É um local em geral seguro, tranquilo, com trânsito bastante tolerável, a ponto de dizer q vc chega em qualquer lugar do
plano em 15 min de carro. A cidade é muito ensolarada, pois os predios podem ter, no máximo, 6 andares, intercaladamente com áreas só de casas. Muito ventilada também, pois todos os prédios foram construídos sobre pilotis, que são pilastras que permitem a livre circulaçáo do ar e das pessoas, pois é proibido gradear os prédios. So há sinais nas vias paralelas aos eixos principais, por isso, para atravessar a rua, há faixas de pedestres nas quais os carros param, DE FATO, se tiver alguem querendo atravessar. Dificil de imaginar, não é? Entao seria esta a terra da fantasia?
Na realidade, há varios poréns.
Nas regioes satélites há muita pobreza, violência, falta de estrutura, descaso com a população. Os planos de saúde aqui devem embolsar largas quantias, pois depender do sistema de saude pública de lá é bastante complicado. O sistema de transporte público dá vontade de rir – os ônibus são sujos, velhos e caros. O metrô é uma piada. Ou seja – compre um carro ou fique na pior. Se morar nas cidades satélites, ai é inferno mesmo, pois as saídas da cidade têm um transito péssimo. Daí vc vê que lá, como em qualquer lugar do Brasil, TUDO QUE SERVE AO POBRE É UMA MERDA. Os salários são altos pq os custos são altíssimos (ou eh o contrario?), alugar apartamento lá é ser assaltado todo mês e não tem mercado barato: tem os caros e os muito caros.
Voltando aos aspectos positivos, temos lá muitos restaurantes e bares e ocasionalmente, eventos culturais. A cidade e adjacências tem múltiplas opções de lazer, que vou descrever melhor nos próximos textos. Dessa vez eu fui um pouco descritivo, acho que o próximo será mais interessante e mais recheado de imagens. A foto abaixo foi tirada no alto da torre de TV, que é um mirante que está situado perto da esplanada.
sábado, 26 de dezembro de 2009
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