sábado, 26 de dezembro de 2009

A CIDADE DE BRASÍLIA - ORGANIZAÇÃO

Estamos agora no segundo texto da série de Brasília. Dessa vez eu vou falar sobre a cidade em si, no que compreende o Plano Piloto e suas adjacências.


A cidade tem a forma de um avião, onde as asas são chamadas de Asa Sul e Asa Norte, que são cortadas de ponta a ponta pelo Eixão e o corpo do avião é um grande eixo transversal chamado Eixo Monumental, que liga a Esplanada dos Ministérios ao Eixão. Com isso, nas áreas entre essas grandes vias, estão outras áreas, que são denominadas de acordo com a sua localização geográfica (exemplo: sudoeste).


Nas Asas Sul e Norte, não há nomes de ruas e números de prédios. As quadras são numeradas de acordo com a sua posição, à esquerda ou à direita do Eixo, e de acordo com a proximidade da Zona Central. Dentro de cada quadra tem os blocos, denominados por letras. Dessa forma, uma vez que vc entende a lógica da organização, automaticamente vc chega a qualquer lugar se dispuser do endereço, mesmo sem nunca ter ido no local. A cada 2 quadras residenciais há uma quadra comercial. Alem das quadras residenciais, há outros setores que recebem sua denominação a partir da função, sendo abreviados por suas iniciais. Exemplo: Setor Hospitalar Sul, ou SHS.


Ao lado das asas, se estendendo por todo o comprimento do plano piloto, foi represado um rio, sendo formado o Lago Paranoá. Nas suas vizinhanças, há 2 peninsulas que foram chamadas de Lago Sul e Lago Norte. Há uma grande vantagem em morar nesses locais, pois ficam de cara para o lago, o que torna esse local um pouco menos seco do que o resto da cidade.


O clima de lá é muito esquisito. A cidade é conhecida pela secura, no entanto a verdade é há 6 meses de seca no outono/inverno e 6 meses de chuva, na primavera/verão. E é chuva todo dia mesmo. E pancadas. Imagina só que louco. Na sombra sempre é agradável, pois mesmo nos dias mais quentes, a temperatura não passa de 30 graus, o que se deve à altitude local – 1000 metros – e às centenas de arvores distribuidas pela cidade. Brasilia eh a cidade com a maior cobertura verde do pais, portanto se vc imagina esta cidade uma selva de pedra, com as obras utópicas do Niemeyer, pode esquecer.


A cidade tem uma renda per capita, segundo dados recentes, de 11700 reais (!!!). É um local em geral seguro, tranquilo, com trânsito bastante tolerável, a ponto de dizer q vc chega em qualquer lugar do
plano em 15 min de carro. A cidade é muito ensolarada, pois os predios podem ter, no máximo, 6 andares, intercaladamente com áreas só de casas. Muito ventilada também, pois todos os prédios foram construídos sobre pilotis, que são pilastras que permitem a livre circulaçáo do ar e das pessoas, pois é proibido gradear os prédios. So há sinais nas vias paralelas aos eixos principais, por isso, para atravessar a rua, há faixas de pedestres nas quais os carros param, DE FATO, se tiver alguem querendo atravessar. Dificil de imaginar, não é? Entao seria esta a terra da fantasia?


Na realidade, há varios poréns.
Nas regioes satélites há muita pobreza, violência, falta de estrutura, descaso com a população. Os planos de saúde aqui devem embolsar largas quantias, pois depender do sistema de saude pública de lá é bastante complicado. O sistema de transporte público dá vontade de rir – os ônibus são sujos, velhos e caros. O metrô é uma piada. Ou seja – compre um carro ou fique na pior. Se morar nas cidades satélites, ai é inferno mesmo, pois as saídas da cidade têm um transito péssimo. Daí vc vê que lá, como em qualquer lugar do Brasil, TUDO QUE SERVE AO POBRE É UMA MERDA. Os salários são altos pq os custos são altíssimos (ou eh o contrario?), alugar apartamento lá é ser assaltado todo mês e não tem mercado barato: tem os caros e os muito caros.


Voltando aos aspectos positivos, temos lá muitos restaurantes e bares e ocasionalmente, eventos culturais. A cidade e adjacências tem múltiplas opções de lazer, que vou descrever melhor nos próximos textos. Dessa vez eu fui um pouco descritivo, acho que o próximo será mais interessante e mais recheado de imagens. A foto abaixo foi tirada no alto da torre de TV, que é um mirante que está situado perto da esplanada.


domingo, 13 de dezembro de 2009

A VIAGEM PARA BRASÍLIA

Uma boa maneira de começar a falar sobre Brasilia é com a viagem de carro para lá. Foi um momento muito marcante para mim, pois se por um lado, eu larguei tudo e fui embora para uma vida nova em um lugar desconhecido, por outro era o rompimento com vários paradigmas pessoais, além do que eu estava muito empolgado com a realização da viagem em si.

Eu fiz a viagem em 2/10/2008, em 2 dias, sempre pela BR-040. No primeiro dia, foi um passeio muito bonito pelos mares de morros da Rio-Juiz de Fora, até que eu alcancei BH, mas optei por dormir em Sete Lagoas, “a cidade natal do trapalhão Zacarias”...

 

No dia seguinte eu fui para a parte mais longa e mais interesante da viagem, na qual passei por paisagens super áridas, cidades esquecidas no interior de MG, até que avisto uma imensidão azul no meio do barro vermelho, a represa de Três Marias. Vcs não têm noção do que é uma represa daquele tamanho, realmente era bastante assustador, mas ao mesmo tempo lindo. Pena que a estrada passa um pouco longe. A minha namorada disse que conseguiu ver uma vez do avião e também ficou bastante impressionada. Logo depois, eu cruzei o fantástico rio S. Francisco, que nesse trecho tem 360 metros de largura. Eu tive que parar no meio da estrada, após a ponte, para fotografar, mas s foto acima não expressa a sensação de ver ao vivo. Ai que eu entendi porque deram o nome de santo para o Rio. Assim como ele, o rio traz a esperança para pessoas extremamente carentes, pois é uma fonte imensa de água no meio do nada, num lugar extremamente seco!
Com o passar das horas, a paisagem começou a mudar de semi-árido para Cerrado e aí foi ficando mais verde a medida que me aproximava do DF.


Ao chegar em BSB, o hotel onde iria me hospedar ficava atrás da
esplanada dos ministérios, por isso eu precisava cruzar ela inteira. A
grandiosidade do local é de impressionar qualquer um, eu confesso que me impactou a primeira vez que eu cruzei o Congresso Nacional, com aqueles pratos brancos gigantes. Enfim, ao chegar no hotel eu percebi que o negócio era pra valer e, pela primeira vez na vida, eu estava por mim mesmo.

ALAGOAS 2: MACEIÓ E O LITORAL SUL

Maceió, a capital de Alagoas, é o centro, no qual é muito prático se hospedar para explorar o litoral norte e sul, que foi o que eu fiz na segunda vez em que fui lá, por ocasião de um congresso. Maceió tem, em minha opinião, as praias de capital mais lindas do Nordeste: são limpas e, como todo o litoral daquela região, com um mar verde claro sensacional. Como eu já escrevi antes, a melhor opção para conhecer a região de maneira ágil é juntar os amigos e alugar um carro.
Os principais hotéis da região estão na Pajuçara e Ponta Verde, mas em todo o litoral urbano há diversas opções. Eu fiquei no hotel Alagamar, que tem um café da manhã régio com vista panorâmica da cidade. A vantagem é que os hotéis não são tão caros e muitos têm vista direta para o mar. Lá mesmo na Pajuçara é possível contratar um passeio para mergulhar em apnéia, mas eu não tive oportunidade de conhecer.
Na segunda vez que eu estive lá, com minha namorada, fomos ao litoral sul, em direção à praia do Gunga, na qual atualmente não é necessário pagar para entrar, apesar de estar localizada dentro de uma fazenda. Nessa praia há uma lagoa que se comunica com o mar, formando na maré baixa uma grande piscina de águas calminhas e de cor mais azul, diferente do resto das praias. Aliás, essa é uma grande qualidade do litoral alagoano – diversas praias de características muito diferentes. Pros que gostam de estrutura (não me incluo), há como tomar um coco ou uma cerveja gelada e comer um petisco, mas no dia de semana em baixa temporada pode ser que o quiosque não esteja funcionando.
Muitos falam da praia do Francês, mas sinceramente eu achei que nada tem a dever para a praia da Barra lá no Rio, só que sem os prédios. Não tem nada demais e é uma praia pra se conhecer só se o tempo estiver sobrando. Mais ao sul há outras praias que não tive oportunidade de conhecer, mas que também não me interessaram, exceto por um dos passeios mais baladados da região, o delta do Rio São Francisco, na divisa com Sergipe.

extraído de www.kaduviagens.com

Uma grande dica, que nem todos aproveitam quando vão lá, quando se está varado de fome após a praia, é ir à Massaguera, um local que fica em frente à lagoa , um pouco antes da praia do Francês. Cuidado para não perder a entrada, pois é um pouco escondida. E não se assuste se estiver no fim da tarde, quando fica um pouco escuro, não tem perigo. Dificilmente vc vai conseguir comer frutos-do-mar por aquelas bandas com preços tão convidativos. Da primeira vez em que estive lá, tinha um preço escrito assim: “camaraozada 20,00”. Aí eu perguntei: “esse prato é pra quantas pessoas?”. Resposta: “pra quantos forem comer” (como assim?, pensei eu). “Mas... mas... e se forem 3?”, perguntei incrédulo. “20 reais”. “E se forem 4”. “A mesma coisa moço”. Eu, confuso: “ué, mas não fica pouca comida não moço?”. O cara já devia estar pensando “que turista burro, não entende”, mas explicou pacientemente: “meu amigo, de acordo com o número de pessoas a gente adapta a quantidade”. Ah bom, que coisa surreal... Pena que da segunda vez não estava mais assim, acho que eles caíram na real... de qualquer forma, após uma casquinha de siri, uma farta camaraozada e uma garrafa de cerveja eu paguei, após a divisão, com 10%... 10 reais! Isso sim é local para estar registrado nesse blog com honras! O paraíso dos duros!
Para jantar, também há excelentes opções na praia do centro mesmo, com vários restaurantes de frutos do mar a preços muito convidativos. Atenção: passe longe de um tal de Imperador dos Camarões, que é caro e metido a besta, com uma comida muito mal servida, segundo me disseram um casal de amigos nossos.
Eu vou ficar devendo algumas outras fotos que, em breve, colocarei.
Com isso eu estou me cansando um pouco de falar sobre o nordeste, praias e mais praias maravilhosas, ufa! Vamos dar um pulo para o centro-oeste para conhecer um pouco de Brasília e do Planalto Central. É uma região  pouco conhecida do turismo óbvio, se tornando por isso um local interessante para aqueles que querem opções mais criativas para passar as férias. Depois eu volto para conhecermos os encantos da Bahia.

Barbada: comer na Massaguera na volta da praia do Gunga.
Roubada: comer no Imperador dos Camarões.

domingo, 29 de novembro de 2009

ALAGOAS 1: MARAGOGI E O LITORAL NORTE


Seguindo pelo sul, após passar por Pernambuco, pelo litoral, eu e meus companheiros de viagem (que eu havia arrebatado com meu “mapa da sedução”) entramos em Alagoas, em meu primeiro passeio por lá, sendo o seu primeiro ponto de interesse o seu litoral norte, cuja principal praia é a de Maragogi. Este lugar é privilegiado, assim como as outras praias até Maceió, pelas águas cristalinas, quentes e verde-claras, próprias para mergulhar em apnéia para ver peixinhos e outros seres marinhos. Ainda se trata de um lugar , com pouca estrutura turística o que, ainda bem, o torna um lugar em conta para passear, sem o jeito turistão de Porto de Galinhas. Por conta disso, não é o melhor lugar para quem está buscando badalação.

Já falando em relação à hospedagem, existem diversas opções, mas para os que querem unir ao máximo qualidade e preço eu recomendo a pousada Dolphin, principalmente fora de temporada, quando é mais fácil negociar o preço da hospedagem. Eu, por exemplo, cheguei lá em meados de dezembro e não havia uma única viva alma hospedada. Ao chegar, vc recebe as boas vindas da dona e gerente do local, Katia, uma paulista de 32 anos, culta, ex-engenheira de produção, que fala 4 linguas fluentemente, é pintora, cozinheira e enxadrista. Ela sabe tudo sobre como mimar os clientes. Já de cara ela nos ofereceu uma caipirosca de uva, por conta da casa, que ela mesma preparou, que tomamos na varanda da pousada, enquanto ela perguntava que tipo de música queríamos ouvir. Meu amigo Danilo, num momento de fanfarronice, pediu Pink Floyd, no que foi prontamente atendido! A mãe dela também era uma gracinha. Vcs acreditam que ela lavou as minhas camisas sem me cobrar nada e ainda chorou quando a gente foi embora? Incrivel.

No mesmo dia em que chegamos, fomos fazer uma passeio de buggy pela praia, que vai até a praia de Peroba, quase na divisa com São José da Coroa Grande. É muito bonito, principalmente na maré baixa, em que se formam bancos de areia gigantes que formam penínsulas. Para fotografar bem esse local tem que ser artista, pois a visão é de 360 graus. No 2º dia nos fomos às galés, que sao uma mega barreira de coral a 8 km da costa, a maior de todo o litoral nordestino e a segunda maior do mundo, so perdendo para a da Australia. Vcs imaginam então a quantidade de peixes que se alimentam lá. Para chegar, é necessário contratar um passeio de barco que, em 2006, era 25 reais por pessoa, sem contar o aluguel da máscara e do snorkel, se necessário.

 
  
extraído de lava.med.br

Em dezembro de 2011, eu e minha esposa fomos à praia de Japaratinga, que fica logo depois de Maragogi. É a praia principal do vilarejo de mesmo nome, uma praia extensa e com aguas mornas e calmas. Nós fizemos uma bonita caminhada pela praia e fizemos um pequeno lanche a base de uvas em uma mesinha de madeira em frente à praia. Eu considero melhor do que as praias de Maragogi, por isso, pode ser uma boa passear por lá se vc estiver hospedado em Maragogi. Na saída da praia, nós compramos passas de caju DIVINAS, em uma pequena portinha. Se der mole, vc passa direto, mas há uma placa indicando o local.


Após 2 dias, seguimos pelo litoral norte, que considero uma das jóias do nordeste. O jornalista Ricardo Freire popularizou o nome “rota ecológica”, inspirado em uma placas que tinham por lá. O fato é que é uma das porções mais lindas e mais desconhecidas do litoral nordestino, onde ainda é possível curtir praticamente sozinho (ou a dois) praias maravilhosas. Para chegar nessa rota, é necessário sair da BR 101, que faz um balão pelo interior e protege essa região. Ao sul de Maragogi, vc deve entrar em Japaratinga, a partir de uma placa na própria BR. Depois disso, o caminho é bem sinalizado e não tem como errar. Para quem vem de Maceió, após a usina Santo Antônio vc verá uma placa apontando o caminho para a direita e placas enormes apontando os destaques de Porto de Pedras e Sao Miguel dos Milagres. A estrada é asfaltada e foi melhorada (atualização dezembro de 2011). Para um guia completo, eu recomendo fortemente acessar a página do próprio Ricardo Freire aqui, que dá informações com um nível de detalhamento inacreditável. Eu gostaria de destacar apenas alguns pontos, que são essenciais.

Em primeiro lugar, as hospedagens que constam na internet são extremamente caras e fogem do escopo desse blog, por isso se vc quiser se hospedar por lá por preços mais aceitáveis, vai ter que pesquisar na hora. Vc vai passar por lugarejos onde a subsistência é conseguida principalmente por meio da pesca, por isso acho que nao deve ser dificil encontrar alguma hospedaria por poucos trocados. Ou entao, vc pode fazer como eu e fazer o passeio de carro todo em um dia, o que é mais cansativo. É possivel sair de Maragogi ou de Maceió, como eu fiz na segunda vez. Em dezembro de 2011 eu voltei lá e eu fiz minhas incursões ao local a partir da praia de Tabuba, em Barra de Santo Antônio. Eu destaco, nessa rota, 3 lugares principais: Barra de Camaragibe, Tatuamunha e São Miguel dos Milagres. Tatuamunha é uma vila muito bonitinha, onde fica uma estação do IBAMA de reintrodução do peixe-boi. Se trata de um passeio de barco pelo lindo e preservado mangue no qual vc pode conhecer o Aldo, que pode ser encontrado de acordo com as indicações do pessoal de lá. A visitação se limita a 70 pessoas/dia, por isso em alta temporada o ideal é ligar para a associação dos guias para reservar: (82) 96156191. Além disso, indo a pé, cruzando o mangue por uma ponte, que cruza o rio Tatuamunha, se chega à praia. Essa paisagem é melhor observada, acreditem, do alto do morro onde fica o cemitério, onde se descortina toda a paisagem, incluindo o imenso coqueiral virgem que existe por lá. Nesse vilarejo há artesãos, como o dono da loja Sol Nascente, que faz lindos e originais trabalhos em palha de diversos tipos, além de vender artesanato em filé.
Bem próximo, há a Praia de Lages, com suas águas tranquilas, um corte de praia lindo, em curva, sem nenhuma viva alma. Em São Miguel dos Milagres, que tem uma faixa de areia larga, em que vc precisa andar muito com a água nas canelas para conseguir tomar banho, mas para deitar e ficar como um jacaré no rasinho é excelente. Vc pode ir à praia de São Miguel propriamente dita ou ir ao povoado do Toque, o que dá basicamente no mesmo.

  
 

Em dezembro de 2011, quando voltei lá, percebi que havia negligenciado um trecho bonito desse passeio, a praia de Barra do Camaragibe. Primeiro, pq nós temos um gosto especial por praias onde há desembocadura de rio - nesse caso, um rio enorme. Segundo, nao bastando a linda paisagem desse local, vc pode pagar 2 reais para cruzar o rio de barquinho a motor (ida e volta) e caminhar 5 min entre os coqueiros até chegar à Praia do Morro, uma das mais bonitas de todo o litoral norte e que vem sendo negligenciada simplesmente pq todos os sites orientam que se vá a essa praia a partir da horrível estrada de terra na Ilha da Crôa e, quando vc chega lá, todo mundo te desencoraja a ir e fica te empurrando os tais guias-mirins. Se vc tem paúra de pagar alguém pra te levar a alguma praia, se vc quer conhecer a Praia do Morro sem esforço, VÁ POR BARRA DE CAMARAGIBE. Vc vai ver uma praia extensa, de mar verde e calmo, faixa de areia larga e branquinha e muuuuitos lugares para esticar. Como lá nao há vendedores, leve seu lanchinho. Tb não há muita sombra. Ao entrar na água, a areia é forrada de estrelas do mar vivas e moluscos, não há jeito de nao pisar neles, mas procure pelo menos entrar na água com cuidado.




Já chegando mais perto de Maceió, chegamos a Barra de Santo Antônio. Lá há a praia do Carro Quebrado, em que se chega agora por uma ponte, construída em 2010. É uma praia bem diferente das outras pelo caminho, pois tem falésias enormes. Como eu já coloquei anteriormente, na entrada da cidade todo mundo se oferece pra ser guia. Atualmente, o acesso é complicadíssimo pelo meio de canaviais. Não é das mais bonitas, mas é ótima para almoçar, pois tem quiosques em que vc chega e pode negociar o preço diretamente com o dono do local. Eu negociei o preço do almoço e, no fim das contas o cara fez para a gente 2 peixes, 7 lagostas, 10 bolinhos de camarão e varias guarnições por 80 reais, para 4 pessoas! Comemos até explodir.
Entretanto, como todas as outras praias são de mais fácil acesso eu digo que nao há motivos para perder tempo no Carro Quebrado. Em vez disso, vc pode visitar as praias de Tabuba/Sonho Verde, que eu e minha esposa descobrimos recentemente em dezembro de 2011. Para chegar lá, descendo a estrada em direção a Maceió, vc deve seguir as placas da "pousada Arco Íris". Vai ter um momento em que a placa vai indicar uma entrada à esquerda. A partir daí é só seguir até o final da rua. Essa praia tem apenas uma pousada, denominada Arco Íris, que tem um bom custo-benefício e é boa para ficar isolado. A praia em si é dividida em 2 partes por um rio, que é a divisa dos municípios de Paripueira e Barra de Santo Antônio. Ele entra calma e lindamente no mar, formando um pequeno lago de água salobra.



Enfim, as praias do litoral norte de Alagoas devem ser aproveitadas enquanto é tempo. Fiquei preocupado ao perceber que já está descrito como um dos roteiros de viagem do guia 4 rodas, o que com certeza vai encarecer os passeios. Via de regra, como em qualquer lugar, se aproveita melhor em baixa temporada. Pelo menos até dezembro de 2011 estava tudo do mesmo jeito.

Barbada: o passeio de barco pelo rio Tatuamunha para ver Aldo, o peixe-boi mais simpático do Brasil.
Roubada: ir à praia do Morro pelo caminho da Ilha da Crôa.


domingo, 8 de novembro de 2009

PIPA

Nesse feriado de Finados eu e minha namorada aproveitamos para fazer uma curta viagem para o RN. Pipa é uma praia que fica a 80 Km de Natal, bem perto, separada da capital por uma estrada tranquila. Na quinta-feira, dia 29/10, já de madrugada, chegamos em Natal e fomos passar a noite no Hostel Verdes Mares, um albergue em Ponta Negra, o bairro mais nobre da cidade, onde há uma bela praia e a vista do Morro do Careca. Esse hostel é, na minha opinião, um dos melhores do Brasil, pois tem boas instalações, é bastante limpo, tem um café da manhã muito honesto e sua dona, a Rita, mora no local. Ela é muito atenciosa e dá várias dicas interessantes.

Na manhã seguinte, fomos pegar o ônibus para Pipa. Há muitas opções de horário e não é possível comprar com antecedência, o que previne a possibilidade de esgotamento de passagens. O preço também é convidativo – 10,50 reais. Vc pode pegar o ônibus na Rodoviária ou no Natal Shopping, que é mais próximo de Ponta Negra, o que permite que seja acessível facilmente de ônibus urbano. Mesmo nos feriados, é tranquilo pegar no Shopping mas, se ainda assim o ônibus estiver cheio, há a opção de pegar a van, que eles chamam de “alternativo”. Uma opção legal é alugar um carro, mas é altamente desrecomendável nos feriados, por causa do transito em Pipa e realmente não é imprescindível. Os horários dos ônibus e vans estão aqui.
A viagem demora umas 2 horas, apesar da curta distância, pq o ônibus e a van são do tipo “pinga-pinga”. Dessa vez eu quis gastar um pouco mais e então fomos para uma pousada chamada Mirante de Pipa, que fica no alto da falésia, dentro de uma reserva verde, com vista para o mar. Tem café da manhã muito bom, chalés muito charmosos e confortáveis, com ar cond e frigobar, uma varanda imensa com rede. Enfim, show de bola e com ótimo custo-benefício.

Eu e Jaque ficamos 4 dias em Pipa, que eu considero um tempo suficiente para aproveitar o local com tranquilidade. Na sexta-feira em que chegamos, fomos à praia do Amor, por uma saída direta da pousada através de uma trilha. É uma praia tranquila e tem ondas fortes, boas pra surfistas. No dia seguinte, fomos fazer o passeio de lancha para ver os golfinhos. Antes de mais nada, é importante dizer que esse passeio não se compara ao que é oferecido em Noronha, mas pra quem nunca viu golfinhos selvagens, é interessante. Pessoalmente, eu acho que não vale tanto a pena fazer o passeio, pois é muito melhor ver os golfinhos da praia, entrando na água junto com eles, como fizemos nos 2 dias subsequentes. Nesse mesmo dia, pegamos uma van (1,50 por pessoa) e rumamos para Tibau do Sul, que é a cidadezinha que administra Pipa, onde há também lindas praias, além de dunas e a imensa lagoa Guaraíras, que recebe água salgada vinda da maré alta, que escoa na maré baixa bem aquecida pelos mangues verdes que estão lá, aquecendo ainda mais a água do mar na praia. Optamos por fazer um passeio de lancha nessa lagoa, para ver o pôr-do-sol, um passeio altamente recomendável.


No domingo, decidimos passear pela praia, andando para a esquerda até chegar na enseada dos golfinhos. Uma praia lindíssima, protegida das ondas, abrigando muitos peixes, que atraem os golfinhos para o local. Como adiantei anteriormente, vc literalmente nada com os golfinhos, interagindo com eles a distâncias muito curtas, sendo possível até mesmo ver eles dando carreiras nos peixes e os abocanhando, como nos documentários da tv a cabo. Impressionante. O ideal é chegar no pico da maré baixa e aí, conforme vai enchendo, os golfinhos vão chegando. É importante lembrar de acompanhar o ritmo da maré, pois se encher muito vc fica preso até a maré baixar, por isso preste atenção nos caras que alugam barraca: quando eles vazarem, vc vai junto! No mesmo dia à tarde, pegamos uma van para Sibaúma (1,50 por pessoa) e fomos à Barra do Cunhaú, 8 km ao sul, um lugar espetacular, onde há o Rio Cunhaú, que entra no mar com leveza, quase em paralelo com a praia, formando uma barra, que é invadida pelo mar na maré alta. Quando o mar recua, há a formação de piscinas naturais nas rochas, onde é possível mergulhar e ver peixinhos. Lá é barato para almoçar, por isso não perdi a oportunidade para comer um bom peixe frito.



Na segunda-feira era o último dia, em que escolhemos ver golfinhos mais uma vez pela manhã e depois comemos camarão e aipim frito à tarde em frente à praia principal, que na maré baixa forma um banco de areia na frente, represando a água e formando piscinas nas quais a água vai se aquecendo e ficando gostosa...


Da outra vez que estive lá, fiz um passeio interessante, indo até a praia do Madero pela praia, depois subi a longa escadaria para subir a falésia e voltei pelo Santuário Ecológico, uma reserva de mata atlântica, onde se conseguem excelentes fotos da praia. , Dali você pode voltar pela praia se a maré estiver baixa ou por cima, pegando uma van na estrada em frente ao Santuário Ecológico, no caso de vc optar por gastar mais tempo e perder a hora de passar pelos costões. Alliás, como em quase todas as praias do nordeste, é fundamental ficar ligado na tábua de maré, para não ter suspresas desagradáveis. É de praxe que essa informação esteja disponível nas pousadas.


A noite de Pipa tb é interessante, com muitos barzinhos estilosos e de preço aceitável, além de alguns restaurantes mais sofisticados, mas para quem viaja liso tb há várias opções de podrões, lanchonetes, PFs baratos de peixe e camarão, self-service e outros estabelecimentos do gênero.

No retorno à Natal, foi possível ainda passear pela praia de Ponta Negra à noite e comer 1 kg de camarão ao alho e óleo por 22 reais (!!!), isso pq nós não estávamos com muita fome e não quisemos encarar o rodízio de camarão, 25 reais por pessoa. Bizarro como ainda é muito barato comer frutos do mar em Natal. Eu retornei de madrugada - como sempre - e toda vez eu prometo que não vou fazer esse tipo de sacrifício de novo, mas como economizar é a regra...

Por ora vou ficar devendo fotos de alguns lugares mas já estão a caminho.
Vamos voltar a descer pelo Nordeste - o próximo destino será Porto de Galinhas.

Barbada: Ver os golfinhos da praia sem gastar um tostão.
Roubada: Morrer em 25 reais para fazer o passeio de lancha. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

OLINDA

Eu resolvi trocar as bolas. Vou falar sobre Olinda primeiro e, em novembro, após minha ida à Pipa, eu complemento os textos do RN.
Eu sai de Pipa em direção à Olinda de taxi numa pechincha - eu consegui um taxi pelo mesmo preço do onibus, dividindo com a galera que eu estava. Para conseguir isso em Pipa vcs podem procurar o Leo, dono da pousada Gameleira e pedir para chamar o taxista, que vem de Olinda e volta com os passageiros.
Em Olinda resolvi jogar no time que estava ganhando, ficando numa unidade da Hostelling International, o Albergue de Olinda. Esse hostel é aconchegante, apesar o banheiro ser coletivo (para os quartos coletivos). Tem um local bom para relaxar e encontrar a galera, com várias redes, uma mesa grande de madeira e bancos. Eles aceitam cartão de crédito. Fica na parte baixa, fora do centro histórico, embora esteja bem próximo à Igreja do Carmo. Se vc desejar se hospedar na parte alta ou na parte baixa, há várias pousadas para todos os bolsos nesses locais, muitas sem site na web.
Olinda é uma cidade com 2 partes, a velha (mais alta) e a nova (mais baixa). Na verdade a velha
é a que interessa, pois é onde está o centro histórico. Lá tem aquele estilo colonial, bem conhecido de quem foi, por exemplo, para Ouro Preto ou Paraty. Para uma visita guiada à cidade, uma boa dica são os guias-mirins da prefeitura, que não cobram pelo serviço e dão informações interessantes, além de darem outras orientações. Eu lavei minhas roupas na casa de uma tia que me cobrou R$ 5,00 por uma pilha imensa e ainda me deu refri e salgadinho :). Existem várias igrejas para se visitar, das quais eu destaco a Basílica de São Bento, o Convento de São Francisco e a Igreja da Sé, na qual vc consegue as melhores fotos (acima), pegando a igreja do Carmo no primeiro plano e o marzão no segundo plano. No alto da Sé, onde fica essa igreja, tem uma feira de artesanato com coisas muito bonitas, principalmente para as mulheres, pois havia uma profusão de brincos e outros adornos, com preços bem convidativos.

É interessante também visitar os ateliês, de diversos artistas que se instalaram no local, além de oficinas dos bonecões do carnaval.
No entanto o mais interessante sao as festas - Olinda é uma cidade que vive em festa. As pessoas estao lá dispostas a te conhecer e bater papo, é um clima muito animado. Teve uma noite que eu rodei por diversos bares e eu acabei parando num que é muito parecido com o antigo Emporium 100, que ficava na rua do Lavradio, no Rio de Janeiro. No domingo, a cidade toda vai pra rua pra beber, ouvir música, cada um com a música mais alta do que o outro, uma confusão sem fim, mas muito manero. Uma dica legal é ir no início da noite, não me lembro exatamente a hora, em frente à igreja de São Pedro, onde ocorrem ensaios de bandas de maracatu. Eu assisti uma banda lá e achei muuuito foda, a minha vontade era levar alguns dos ritmistas para o Rio. Um pensamento idiota porque na verdade eles pertencem a Olinda e lá eles sao eles de verdade...enfim...
Eu fui a Recife, para visitar a praia de Boa Viagem, mas eu não recomendo, pois a praia é feia, suja e cheia de tubarões.


No próximo texto continuaremos em Pernambuco, escrevendo sobre Porto de Galinhas.


Barbada: os ensaios de maracatu em frente à igreja de São Pedro.
Roubada: ir à Recife, na praia de Boa Viagem, tomar banho com os tubarões.

domingo, 4 de outubro de 2009

NATAL

Em dezembro de 2006 eu fiz uma viagem pelo litoral nordestino, começando por Natal e indo até Maceió.
Natal é uma cidade muito gostosa e barata de se visitar, tanto do ponto de vista da hospedagem como dos restaurantes de frutos-do-mar. Na cidade há 3 albergues da Hostelling International, sendo que eu destaco 2 deles, ambos no bairro de Ponta Negra, que são dos melhores que eu já fui. Eu fiquei no Verdes Mares, um hostel muito limpo e aconchegante, muito arrumadinho, tranquilo, com café da manhã muito responsa. Eu pedi um quarto coletivo mas, como nao tinha ninguem, eu fiquei sozinho no quarto! Outra boa opção, que eu considero a melhor para quem quer agito é o hostel Lua Cheia, que é um verdadeiro castelinho, que tem o luxo de possuir um pub muito charmoso em seu subsolo, o Taverna Pub. O local tem shows ao vivo, geralmente de rock. No dia que eu fui tinha uma banda que tocava músicas de trilhas sonoras de filmes. Uma das grandes vantagens de se hospedar em um albergue é a facilidade para organizar passeios.

Para almoçar ou jantar, vale a pena fazer um passeio pela praia de Ponta Negra, que representa o início de um trecho ininterrupto de praia que segue pelo sul. Lá há vários restaurantes com preços honestos. Infelizmente, é possível observar, na cara de todo mundo, a prostituição. Aliás, esse é um grande problema da cidade, o turismo sexual. Há uma massiva campanha, com outdoors em inglês, com o objetivo de espantar esse tipo de turista. O pior é que o André, o bugueiro que fez meu passeio, me disse que a polícia de la é exatamente igual a do Rio - nao prende ninguém, só coleta dinheiro, principalmente dos gringos. Se pegar com "de menor" entao, sao 500 reais pra se livrar da cana. Desse jeito pode ter campanha a rodo que o turismo sexual nao acaba, afinal 500 reais são nada pra esses caras.




Eu acredito que o melhor passeio próximo da cidade é o de buggy nadunas de Genipabu (acima), que pode ser facilmente contratado em Natal. Eh realmente muito bonito, embora nao tao impressionante para quem ja conhece Jeri. Eu fiz o passeio com um casal de paulistas coroas, que estava hospedado no hostel . Dureza aguentar humor de paulista :) mas tudo bem, o cara era gente boa. Lá é possível fazer esquibunda nas dunas, sandboard e tb uma tirolesa, para cair num lago, que eles chamam de aerobunda, sendo a mais radical que eu já vi do gênero. Durante o passeio te leva para uma barraca em frente a um lago de água salgada onde vc novamente come frutos-do-mar... ai ai que sacrifício... Um passeio que eu não recomendo é o de dromedário, que é caro, curto e lento. Uma verdadeira roubada.

A minha próxima parada nessa viagem foi a praia da Pipa e Barra do Cunhaú, que vão ser o tema do meu próximo post. No feriado de finados eu vou voltar lá, por isso devo incrementar os textos com informações adicionais.
 


Barbada: passeio de buggy pelas dunas de Genipabu.
Roubada: o passeio de dromedário.

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sábado, 3 de outubro de 2009

INTRODUÇÃO


Como começou essa história de blog de turismo?
Eu sou um apaixonado por turismo de todos os tipos: ecológico, histórico, de culturas regionais, entre outros, por isso sempre fiz questão de viajar. Como o período de grana curta durou muito tempo, não dava pra esperar, por isso fui aprendendo aos poucos que existem viagens para todos os gostos e bolsos, dependendo em que momento do trinômio dinheiro-tempo-disposição você está. Depois de muitas rodadas de conversa nos butequins da vida contando sobre minhas viagens, dando dicas preciosas e causando muita inveja (modéstia à parte Legal), eu resolvi dividir meus conehcimentos adquiridos com a comunidade.
Esse blog tem uma ênfase em turismo no Brasil, que obviamente é sempre a escolha dos duros em geral e se encaixa nos meus objetivos iniciais, que eram de falar sobre TURISMO BARATO. Não me proponho de forma alguma em ser totalmente abrangente nas informações, pois não trabalho no Guia 4 Rodas (quem dera), mas com certeza nas páginas a seguir haverá dicas preciosas para os viajantes. Da mesma forma, a minha atividade profissional é intensa, por isso não de disponho a ter nenhum tipo de regularidade nas mensagens. Para compor os textos, utilizarei principalmente informações próprias, mas eventualmente poderei utilizar dicas de terceiros. Na verdade eu pretendo, em um segundo momento, pedir para alguns amigos escreverem sobre lugares onde eu ainda não fui, para tornar mais rico o site.
Eu também sou um apaixonado por fotografia, por isso os posts serão sempre recheados de fotos, que fazem falta nos sites tradicionais de turismo. Para começar, acima está uma foto do Lago Paranoá, em Brasília, visto da piscina do meu condomínio.

Este é um site em construção e, em breve, começarei a fazer os posts.



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