terça-feira, 2 de novembro de 2010

PIRENÓPOLIS

Dando continuidade à série sobre o Planalto Central, vamos falar sobre Pirenópolis, uma cidade goiana que fica há 180 km de Brasília. Para chegar lá é bem simples. A partir de Brasília é só pegar a Via Estrutural, em direção a Santo Antônio do Descoberto e, a partir da fronteira com Goiás, ir direto na mesma estrada, que é ruinzinha só na altura de Águas Lindas. Um outro caminho é pela estrada que vai para Goiânia, pegando o desvio para Piri em Abadiânia.  

O primeiro passo fundamental para quem quer conhecer as cachoeiras do Planalto Central é ir na época da seca, em que é garantido que vai haver sol e céu azul. De preferência logo após a época das chuvas, ou seja, a partir de abril, pra não encontrar as cachoeiras muito secas.


Pirenópolis é uma cidadezinha colonial, bonitinha, repleta de pousadas que, infelizmente, não são lá muito baratas, pela proximidade com BSB. As mais caras ficam no centro histórico, por isso para economizar, se vc estiver de carro, compensa ficar mais pra fora desse local. Nós ficamos na pousada Aroeira, que é ótima, confortável, cheia de árvores, uma gracinha, uma pousada cuidada por um simpático casal, que mora no local, na entrada da cidade.
No primeiro dia lá fomos conhecer a reserva ecológica da Vargem Grande, uma propriedade privada que tem 2 cachoeirões, a do Lázaro e a Santa Maria. A primeira é muuuuito agradável, tem uma prainha ao lado do poço, ideal para lagartear. Mas, como temos o bicho carpinteiro, fomos à segunda cachu, que é até mais interessante, porque dá pra ficar atrás da queda d`água. Não é necessário guia para chegar às cachoeiras. Quanto ao local, há placas a partir da cidade sinalizando e é necessário enfrentar alguns km de estrada de terra. As trilhas dentro da propriedade não são difíceis e, como em outros lugares do cerrado, se apresenta com lindas plantas e flores, cuja diversidade eh magnifica. Eu recomendo comprar algum guia botânico para identificar as plantas do caminho.


À noite eh hora de descansar das andanças, mas no caso de haver presença feminina, certamente ninguém vai ficar parado, pois há uma feirinha de artesanato muito interessante na praça principal, com muitas coisas bonitas, principalmente adornos feitos de prata (tradicionais no local), capim dourado vindo do Jalapão e vários tipos de luminárias e outros acessórios para casa. Infelizmente, não eh barato comer e não há restaurantes super charmosos. Mas ninguém passa fome com certeza, ainda mais se vc desviar um pouco para a beira do rio onde ha respeitáveis podrões, que não posso recomendar pq não comi. Outra boa opção é encarar o famoso empadão goiano, uma iguaria típica, que tem recheio de linguiça, frango e outros ingredientes. Um ótimo bate-entope.

No segundo dia, fomos a cachoeira do Rosário, que tem um esquema semelhante ao da Chapada Imperial (vide textos anteriores), com passeio por 2 cahoeiras enormes, com guia, num percurso circular, descendente no inicio e com uma leve subida no fim. O passeio dura o dia inteiro e, ao final, ha um almoção muito responsa, com comida liberada e muito gostosa. Apos a refeição, eh só se esbaldar nas redes que ficam no mezanino, curtindo o pôr-do-sol da regiao, numa vista deslumbrante. Em 2009 pagamos 50 reais por pessoa.

Em outra visita à Pirenópolis, conheci a cachoeira do Abade, que tb tem fácil acesso, no mesmo caminho da fazenda Vargem Grande, só que um pouco mais longe. Ela não tem um bom poco, mas a queda é bonita, bem vertical e tem uma área boa pra pegar sol. A trilha é de fácil acesso. Outras cachoeiras que dizem ser interessantes são as dos Dragões e a Bonsucesso, mas eu ainda não fui.


Mas Piri não tem só cachoeiras. Há um passeio gastronômico muito interessante, para a fazenda Vagafogo, uma antiga fazenda que tem um café colonial maravilhoso. Todos os items são fabricados no local e eles têm receitas próprias. Vc pode experimentar inúmeras geleias, incluindo sabores do cerrado. E depois, já com a barriga cheia, pode deitar nas redes no local. É possível fazer tb arvorismo lá. Interessante também que eles têm muita experiência e tem boas recomendações acerca de plantio de frutíferas no cerrado.

Eu não seu onde eu enfiei as fotos de Pirenópolis, mas assim que eu encontrar eu posto aqui.

Barbada: esticar as pernas no mezanino da cachoeira do Rosário para curtir o pôr-do-sol.

Roubada: ir à Piri e deixar de conhecer suas lindas cachoeiras. 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O RETORNO A BUENOS AIRES

Depois de um longo inverno, vou completar o relato sobre a viagem para a Argentina. Na volta de Bariloche, resolvemos retornar à Calle Florida para completar algumas compras e à noite fomos a um restaurante de massas, onde talvez tenhamos tomado o melhor vinho da viagem. O objetivo era ir a alguma milonga, que corresponde a uma noitada de tango, onde todos podem dançar, pois não queríamos ir a um daqueles shows de tango que são o similar argentino do Plataforma. Porém, o cansaço acumulado e o vinho na cabeça impediram esses planos :).
No dia seguinte, fomos visitar a Recoleta, o bairro da classe rica de Buenos Aires. Se trata de um lugar muito belo, arborizado, com construções antigas e parques imensos. Primeiramente fomos visitar a imensa flor de metal chamada de Floralis generica por seu criador. É uma escultura ativa, pois se abre com a claridade e se fecha quando o sol se põe, graças a um sistema de captação de luz solar. Depois, demos uma passadinha rápida na feira da Recoleta e nos encaminhamos para o cemitério. Pode parecer estranho gastar o seu tempo de viagem indo a um cemitério, mas esse, a exemplo do Campo Santo de Yungay no Peru, é um lugar especial, que merece uma visita atenta. O principal ponto de interesse é o túmulo de Evita Perón, mas o lugar todo é bonito, cheio de construções suntuosas. Não pensem que há algum destaque para o túmulo de Evita, é bom olhasr no mapa e se informar direitinho para não se perder. Saímos de lá e andamos então pelas ruas do bairro até chegar no MALBA, o museu de arte latinoamericana. O lugar é muito imponente, uma construção moderna, com um acervo de tirar o chapéu. É muito interessante ir a um museu com foco, pois ele pode se aprofundar no tema. É o caso desse museu instigante, que possui inclusive várias obras brasileiras. É realmente uma grande barbada.




Tenho certeza que não conseguimos cobrir tudo de interessante que existe numa cidade tão grande e plural como Buenos Aires. Não é uma cidade para se conhecer em uma viagem de 4 dias, mas com certeza em outras idas à Argentina, para conhecer outros picos (a Patagônia me espera) eu gastarei um tempinho lá curtindo essa cidade charmosa, seus bares, restaurantes, noitadas e compras. Da próxima vez vou querer ver mais tango para exercitar minha faceta de turistão.

Barbada: visitar o MALBA.

No próximo texto vamos voltar à sequência sobre o Planalto Central, falando sobre Pirenópolis.

sábado, 1 de maio de 2010

BARILOCHE




É engraçado porque, como se trata de uma viagem manjada no Brasil, as pessoas não se empolgam quando vc conta. Porém, eu imagino que muitas pessoas não aproveitam intensamente o local. Ainda mais porque a maioria vai no inverno, quando é muito bom para esquiar, mas muito ruim para outras coisas, por causa do frio. Como esquiar não me dá nenhum tesão, resolvemos ir no outono, fora de temporada. Além disso, como vcs podem ver, foi uma viagem altamente gastronômica.
O hotel em que ficamos se chama Hosteria Tirol, um hotel de gestão familiar muito bom pelo preço, altamente recomendável. O nosso quarto era muito confortável e tinha vista para o lago.


Dia 3: chegamos a Bariloche no início da tarde. Estava uma ventania gelada infernal, o que nos impediu de visitar os teleféricos e os passeios de van já estavam lotados, por isso passeamos pela cidade, compramos alguns casacos mais fortes e visitamos a Catedral. A cidade está instalada às margens do Lago Nahuel Huapi, um mega lago que é o maior da região, dentre muitos outros que existem por lá. À noite, fomos comer fondue de queijo. Uma observação sobre as bebidas: é estranho pq em todos os lugares o refrigerante e a água mineral são caríssimos e os vinhos são bons e extremamente baratos, logo a consequência: o alcoolismo :). Todo santo dia bebendo vinho à noite – que sacrifício...


Dia 4: Fizemos o passeio ao Cerro Tronador, um glaciar , ou seja, um local onde há gelo e neve eterna, passando por alguns lagos no caminho, sendo principal o Lago Mascardi e pela Cascada Los Alerces. O seu degelo rola pela encosta do morro, fazendo estrondos e formando uma espécie de geleira misturada com terra, que é chamada de Ventisquero Negro. Fizemos o almoço em Pampa Linda, de onde se parte para o Paso de Las Nubes, uma trilha de 2 dias nos Andes, que estava interditada devido às chuvas prévias. Um dia, a intenção é de fazer essa bela trilha para observação de glaciares. À noite, fomos comer um cordeiro assado no Boliche de Alberto, um restaurante muito recomendável.




Dia 5: Na minha opinião, fazer um passeio de barco em Bariloche é indispensável, mas infelizmente as pessoas que vão para esquiar não conseguem fazê-lo,m por causa do frio. Escolhemos então o passeio para Isla Victoria. O passeio é muito interessante, pois é acompanhado o tempo inteiro por gaivotas que estão atrás dos biscoitos que as pessoas dão. Não sei exatamente se isso faz mal pra gaivota, é uma coisa a se pesquisar, o que eu sei é que realmente é muito bonito fotografar isso. O passeio culmina num bosque de Arrayanes, que são árvores cor de canela raras que só ocorrem em grande quantidade lá. À noite, fomos a um restaurante de inspiração suiça chamado Família Weiss, o melhor que conhecemos lá, para comer uma truta, junto com nosso novo amigo, um indiano que haviamos conhecido em Buenos Aires, de nome impronunciável, em sânscrito.




Dia 6: Nesse dia, fizemos um dos passeios mais bonitos dessa viagem, a ruta de los siete lagos, uma viagem até San Martin de Los Andes passando por 7 lindos lagos. Um passeio longo, mas que vale a pena pelas paisagens multicoloridas, em verde, amarelo e vermelho nas árvores, como consequência do outono. Ao chegar a San Martin, nos regozijamos com a vista do Lago Lácar, em cujas margens se encontra a cidade. O local é lindíssimo, uma cidade toda construída em arquitetura de montanha, que mereceria uma visita mais prolongada. Mas como ainda tínhamos chão para voltar, ficamos lá por 2 horas e regressamos por Confluência, através da estepe patagônica, passando por montanhas e rios. Enfim, o passeio é um resumo da patagônia. À noite, retornamos ao Família Weiss para comer uns belisquetes.



Dia 7: Nesse dia completamos a tríade montanha-barco-van indo ao teleférico do Cerro catedral e do Cerro Otto. Nós tivemos muita sorte, porque nessa época não neva, mas nevou nas montanhas 1 dia antes de chegarmos, por isso pudemos ver e até brincar com a neve no alto do morro, que tem uma vista estupenda da região. A Jaque adorou me tacar bolas de neve, mas depois de um tempo ficamos cansados e molhados. Sorte que não estava tão frio, por causa do sol.
No cerro Otto, almoçamos na confeitaria giratória um sanduíche de bife a milanesa imenso, por isso não conseguimos jantar. Eu nunca tinha visto um local que tivesse vista 360 graus, em que ninguém pudesse reclamar do seu lugar, pois a paisagem está sempre mudando, muito interessante.



Dia 8: depois de tantos passeios e vinhos, achamos melhor só descansar e comprar uns chocolates. À tarde, viajamos de volta para BA, após uma 3a remarcação da famigerada Aerolineas Argentinas. Essa companhia consegue ser pior do que as nossas, horrorosa e cara. A pior coisa na argentina são as companhias aéreas.


No próximo texto eu vou completar a viagem, com os últimos momentos em BA.

BUENOS AIRES: PARTE 1

Infelizmente não foi possivel escrever os textos da viagem à Argentina durante a estada lá, pois foi uma viagem muito intensa, na qual fizemos muita coisa em pouco tempo. Pelo mesmo motivo, tenho muita coisa para contar.

Dia 1: o 1o dia efetivo em Buenos Aires (BA). Eu e Jaque fomos ao centro e iniciamos o passeio pela Plaza de Mayo, onde há várias construções históricas, incuindo a Casa Rosada, em que fizemos uma visita guiada. Sua cor foi inspirada na união das facções que lutavam entre si no século 19, que tinham como cores simbólicas o vermelho e branco. Outro lugar de interesse nessa praça é a Catedral Metropolitana, onde estão enterrados alguns heróis da independência argentina.



O centro de BA é muito interessante para ir andando e explorando. Da Plaza de Mayo andamos por pelo menos 3 grandes vias muito bonitas. Um roteiro interessante para os que querem fazer compras é seguir pela diagonal norte e rapidamente entrar na Calle Florida, um grande shopping a céu aberto, onde tudo custa a metade do preço do Brasil, o que deixa a mulherada enlouquecida. Foi o que fizemos - compramos algumas coisas que estávamos precisando (e algumas que não estávamos precisando tanto assim), visitamos as Galerias Pacífico, um shopping que fica num prédio antigo, com o teto todo pintado como se fosse uma igreja, onde almoçamos e tomamos sorvete na Freddo, que tem o melhor sorvete de doce de leite que eu já tomei na vida. Depois, seguimos para o norte em direção à Plaza San Martin, onde há o monumento para os heróis das Malvinas e a Torre dos Ingleses, que foi construída após doações de ingleses residentes na Argentina, como uma espécie de compensação pela guerra das Malvinas. Essa praça é adorável, com muitas árvores, incluindo algumas centenárias. Ao seu lado, está a estação de trem antiga na qual foi filmada uma cena do “Segredo de seus olhos”, o ótimo filme argentino que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro (a cena que o investigador parte para o exílio e deixa sua amada promotora para trás). No meu manual consta que no Centro há túneis subterrâneos secretos do século 18, construídos pelos jesuítas, abertos à visitação, mas nós não conseguimos visitar, fica para a próxima. Para chegar ao Centro, se vc não estiver lá é muito simples, pode-se usar o metrô, que tem 5 linhas, é baratíssimo e cobre todos os pontos turísticos, com múltiplas integrações. É o melhor transporte de BA, com certeza, com o bônus de sempre ter uns caras tocando guitarra e cantando, nas galerias ou mesmo dentro do metrô – se houvesse isso no Rio, acho que eles iam ser atropelados pelo mulão...




À noite um membro do staff da pousada em que estávamos nos recomendou um restaurante italiano chamado Apassionato, em Palermo, que realmente era muito bom. Nada como ir jantar à pé. Seu dono, muito simpático, já havia ido ao Brasil de moto e tinha adorado Paraty e as praias de Trindade onde, segundo ele, havia fumado o melhor beck da sua vida (olha so o que o cara conta em 5 min de conversa, que figuraça)! Aí eu expliquei pra ele que em Trindade foi onde inventaram a maconha. Ele se ria toda vida.
Uma observação sobre a pousada: inicialmente parecia muito charmosa no site, mas na verdade foi uma certa enganação. Não era ruim, mas tb não era assim assim, com vários problemas estruturais. Por isso, apesar dos simpaticíssimos funcionários e da charmosa mesa de café da manhã, eu não tenho como recomendá-la. O seu nome é Che Lulu. A grande vantagem era a localização, em Palermo Viejo, perto da Calle Honduras, que concentra, no seu entorno, vários restautrantes charmosos.

Dia 2
: segundo dia em BA, resolvemos ir à Boca e San Telmo, que são bairros próximos entre si. A Boca é um bairro turistão, mas nem por isso deixa de ser interessante. Os imigrantes genoveses que colonizaram a região pintaram as casas com restos de tinta dos navios, por isso lá é tudo colorido, com telhados de zinco. O principal local é o Caminito, que concentra bares e lojinhas. É o lugar mais barato para se ver um show de tango, a custo somente das bebidas consumidas. Pra quem é viciado em futebol (não é o meu caso), pode ser de interesse visitar o La Bombonera, estádio do Boca Juniors. Para chegar na Boca, só de táxi, pois não é seguro de ônibus e o metrô não chega lá.


À tarde, fomos a San Telmo, que é um dos lugares de que mais gostei, um bairro antigo, onde os ricos moravam antes da epidemia de febre amarela do fim do século 19. Lá há uma grande feira a céu aberto, mais especializada em antiguidades, com barzinhos, restaurantes e cafés e muitos grupos musicais bacanas no meio da rua. Fiquei até espantado porque havia uns caras tocando um jazz antigo de violão que o Cabelo havia comentado comigo um outro dia, mas agora me esqueci o nome. Havia gente pra caralho lá, estilo SAARA, com uma animação incrível. Nós começamos pela Plaza Dorriego, visitamos o Mercado de San Telmo (não achei tanta graça nele, sou mais o Mercado Municipal de SP) e seguimos pela Calle Defensa, onde almoçamos, até chegar à Plaza de Mayo. Na verdade eu recomendaria fazer o inverso, começar pela Plaza de Mayo e descer pela Calle Defensa, para depois voltar pelo mesmo caminho. San Telmo tem alguns locais de shows de tango que podem ser visitados à noite, mas não posso recomendar porque não fui, uma vez que me parecia mais ser um Plataforma à moda argentina. Ao chegar na Plaza de Mayo, nos dirigimos pela av. de Mayo até o Café Tortoni, um famoso restaurante antigo, muito luxuoso e conservado, sem ser caro. Lembra muito a Confeitaria Colombo.



Nessa noite fomos à Puerto Madero, o porto revitalizado, que fica em frente ao Rio del Plata. O lugar é imenso, com muitos restaurantes, mas que são algo padronizados, um pouco sem charme. Seu preço está um pouco acima dos restaurantes de Palermo e do centro, por isso acho que é mais produtivo que esse local seja visitado de dia para algumas fotos e o jantar seja em outra freguesia. Entretanto, não nos arrependemos, afinal o jantar de parrilla de bife de chorizo com legumes regado a vinho tinto não foi nada mau.

No próximo texto vou falar já sobre Bariloche.

Abs!

AS CACHOEIRAS DO ENTORNO DE BRASÍLIA

Olá amigos,
Faz muitas semanas que eu prometi escrever o próximo texto de série, sobre as cachoeiras do entorno de Brasília.

O planalto central tem vários cursos d`água, que fazem bonitas cachoeiras ao descerem os leves desníveis que existem por aqui. A mais perto de todas é a cachoeira do Tororó, que fica depois do Jardim Botânico, no caminho para o Gama. Indo pela estrada, antes de uma curva, há uma entrada à direita para uma estrada de terra, sem nenhuma placa, por isso pode ser um pouco difícil de achar. Ao entrar na propriedade, vc paga uma pequena taxa e entra numa trilha de cerrado, em descida, até que chega até uma cachoeira de 12 m de altura, muito bonita, onde algumas pessoas fazem rapel. O problema dessa cachoeira é que não tem um bom poço para tomar banho nem uma boa pedra para esticar o corpo. Eu fui lá num dia de solidão.

A mais de bonita de todas dentre as baratas, na minha opinião, é o Poço Azul. Para chegar lá, vc deve sair de BSB pela saída norte, indo pelo Eixão ou pela L4 Norte, pegando o caminho para Sobradinho (à direita na bifurcação do balão do Torto). Siga na mesma pista até chegar no balão do Colorado, onde vc deve rodar para a esquerda no sentido Brazlândia, depois virar à direita para entrar na DF 001, sentido Lago Oeste/Brazlândia. Vc passará pelo Lago Oeste, que é uma região rural do DF, à sua direita, e o parque nacional de Brasília à sua esquerda. Cuidado com a estrada, pois não está em boas condições. De repente, a estrada de asfalto acaba e daí são mais uns 10 km de estrada de terra até chegar na entrada, à direita. Daí são mais uns 4 km numa estrada mais estreita entre propriedades rurais, passando por uma guarita onde é cobrado 10 reais por carro no dia de semana e 15 reais por carro no fim de semana, até chegar ao estacionamento. De lá há 2 possibilidades: descer uma pequena escadaria até o poço em si, que tem um salto e alaga uma caverna ou descer uma outra trilha rápida mais íngreme para ver a cachoeira, que deve ter uns 15 m de altura, descendo muito reta com força no chão de cascalho. Essa cachoeira é muito boa para tomar banho pois vc chega com facilidade embaixo da queda. Pena que os donos do local só querem mamar o dinheiro, mas não cuidam do local, permitindo que farofeiros sujem o poço com latas de cerveja e outros lixos.


Há 2 opções para um passeio que dura o dia inteiro, sendo a melhor delas a Chapada Imperial, que fica também numa propriedade particular. Para chegar lá, eu e minha namorada fizemos o mesmo caminho do poço azul, andando mais um pouco até chegar na entrada da propriedade. Lá é uma estação de reintrodução de animais confiscados pelo Ibama. O esquema é o seguinte: vc paga 55 reais, faz uma trilha de 5 horas com guias por dezenas de cachoeiras lindas com água cristalina em descida. No final, um pau-de-arara vai buscar as pessoas para levar morro acima até a base, um local onde há um restaurante em que é servido um almoço à vontade, de comida goiana, sem incluir as bebidas. É um local muito preservado, com uma aura ecológica, que vale muito à pena. Um outro passeio do mesmo preço é a pousada Terra Viva, ao lado do Poço Azul, um local com uma aura meio mística, em que os funcionários falam lento, como se tivessem acabado de fumar um beck. Não é tão bonito quanto a Chapada Imperial e não tem a mesma conservação. O interessante é a comida ovolactovegetariana muito gostosa que é servida lá com sucos naturais. Não achei tão interessante quanto o primeiro passeio. Uma versão melhorada desse restaurante fica na 201 norte.


No caminho para Pirenópolis, saindo pela via Estrutural, eu e Jaqueline fomos na Cachoeira do Girassol, que fica numa estância onde vão dezenas de farofeiros... a cachoeira não é tão bonita e só tem uma para ver... o local é um pouco longe... enfim... não posso recomendar.

Outros picos interessantes são a trilha entre o Indaiá e Itiquira e as cachoeiras do Paraíso na Terra, que ainda não fui.

É impressionante como há boas opções pertinho do Plano Piloto, as quais a maioria dos Brasilienses sequer conhece!

Eu vou interromper a série de BSB para escrever um pouco sobre a viagem que eu acabei de fazer à Argentina.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

OS PONTOS TURÍSTICOS DE BRASÍLIA

Dando continuidade à série, vamos falar hoje sobre os atrativos de Brasília. Esta cidade, como já dito antes, tem somente 2 estações, a chuva e a seca, por isso é importante ter isso em mente quando for se programar para passear aqui. A seca vai de maio a outubro e a chuva, de novembro a abril.





Quando eu cheguei em Brasília, o que me causou impacto em primeiro lugar foram os imensos prédios dos Ministérios, pois para chegar no hotel onde eu morava, eu passava por eles todos os dias. No primeiro fim de semana, eu fiz um tour pela Esplanada dos Ministérios, começando pela Torre de TV, onde é possível ter uma visão panorâmica da cidade e entender melhor a sua organização. Depois eu fui conhecer o Congresso Nacional, que fica no fim da esplanada, em posição central, bem juntinho com o Palácio do Planalto e com o Supremo Tribunal Federal, que cercam a Praça dos Três Poderes. Quando vc vê o conjunto fica mais fácil perceber o simbolismo da coisa, o Congresso como a pedra angular da democracia, enfim... É curioso como não é grande a construção, apesar das imensas “bacias” que estão em cima. A Câmara dos Deputados, por exemplo, é tão pequena que nem cabe todos os deputados de uma vez só. É claro que no caso do nosso congresso, isso não é exatamente um problema. A visita é guiada e explica muitos aspectos da construção, passa pela Câmara, Senado, pelos locais em que ocorrem as comissões e pela sala do presidente da Câmara. A visita é rapida e dá tempo de ir também à Praça, para tirar fotos do Palácio e do Supremo.

 



No mesmo dia, dá para conhecer a fenomenal Catedral de Brasília. Fenomenal na beleza, mas vcs podem imaginar quanto calor faz numa igreja toda envidraçada batendo sol direto. De qualquer forma, é uma das mais bonitas construções de Brasília, com seus arcos dispostos de maneira centrípeta e seus vitrais coloridos, muito diferente de outras construções católicas. Ao entrar, vc percebe que a construção se continua para o subsolo, o que é muito interessante , pois de fora parece ser muito menor do que realmente é. Dentro da Catedral há imensos anjos pendurados na cúpula e uma lojinha (!), onde são vendidas algumas lembrancinhas e água mineral (muito necessária), mas não pilhas para câmera... Defronte à catedral há o Museu Nacional, que é uma construção mais nova, de projeto tb do Niemeyer. É como uma imensa nave espacial branca, com uma rampa para acesso e outra para saída. Esse local rende ótimas fotos, mas é recomendável o uso de óculos escuros pois o reflexo do sol na nave branca é insuportável.
Outros locais interessantes e próximos dali são a Bibioteca Nacional, o Teatro Nacional e o Memorial JK, onde é possível conhecer um pouco mais da história do fundador de Brasília e ver algumas quinquilharias, como seus documentos e objetos pessoais.


 
 



Uma das qualidades de Brasília é sua integração com áreas verdes e um dos locais que contribuem para isso é o Parque da Cidade (cuja foto não é de minha autoria), que é quase do tamanho da Asa Sul, com uns 10 km de extensão e localização central no Plano, uma área projetada por Burle Marx. É o parque onde os brasilienses fazer o seu lazer de fim-de-semana ou mesmo o exercício diário. Realmente é bastante agradável passear em suas pistas, passando por alguns laguinhos, árvores, algumas imensas, já antigas, pois foram plantadas na fundação da cidade. Outro parque interessante, embora menor, é o Olhos D`água, que recebe esse nome pois fica em volta de uma nascente natural. Esse local é super bem cuidado e tem a preocupação de manter apenas espécies nativas do cerrado. Além disso, construíram lá uma área de exercícios muito interessante, que simula os aparelhos das academias de ginástica, mas tudo com mecanismos mecânicos e hidráulicos. Para chegar lá, é preciso ir em direção à 212 norte.



Dando um giro pelas imediações do Plano, no Lago Sul, cruzamos a ponte JK, uma linda construção com várias parábolas dispostas de forma a te dar a sensação de passar entre arcos, que permite cruzar o Lago Paranoá. De noite, da um super efeito, ainda mais quando se está em uma festa dentro de um barco :). Recentemente, foi construída uma pequena orla no local, com brinquedos para crianças e com alguns restaurantes, com vista para o Lago. Indo para a QI 29 (vão se acostumando com os endereços esdrúxulos) vc encontra a Ermida Dom Bosco, um local aberto, amplo, que tem uma grande área de lazer em frente ao lago, com uma bonita vista do alto. É engraçado, porque funciona mais ou menos como a praia de Brasília, com farofeiros e tudo :). Além disso, há umas trilhas que vão dar em algumas minúsculas prainhas onde, acreditem, a água é tão limpa que chega a ser cristalina e é onde se concentra a galera do lhogu. Para quem não tem preconceito e quer se refrescar nos dias mais quentes, é uma boa opção.

 
 



Recentemente, em dezembro de 2011, eu conheci um novo ponto turístico da capital, a Península dos Ministros. Se trata de um parque que, assim como a ermida, fica em frente ao lago Paranoá, mas na sua porção sul. Para chegar lá, vc deve entrar na QI 12, que fica na pista do Lago Sul, entre a 2a e 3a ponte. Siga até o final e estacione o carro na rua. A vantagem desse parque em relação à ermida é que tem mais árvores, permitindo maior  abrigo nos dias ensolarados, além de ter uma pista plana para caminhadas e pedaladas. A desvantagem é que a água nesse trecho é mais barrenta do que na Ermida.

Há ainda outras formas de se refrescar na orla do Lago Paranoá. Existe o Parque das Garças, que fica na ponta da península do Lago Norte, ao lado do Clube do Congresso, onde se pode ver um dos pôres-do-sol mais bonitos de Brasília e é ponto de kitesurf. Uma dica recente é aproveitar o aluguel de Stand Up Paddle no Clube Naval, que fica próximo à L4 sul e ao Shopping Ícone  ou no Katanka, um antigo clube de windsurf, que fica no Clube das Nações. Esse último lugar é o mais bonito, apesar de as pranchas do Naval serem melhores. Quem utiliza esse serviço, pode aproveitar depois para pegar um sol nas prainhas desses locais, especialmente no Katanga. É possível tb alugar caiaque no condomínio Life (np SHTN), na ponte JK ou no Deck Norte (indo pela L4 norte), que está localizado logo antes da ponte do Bragueto.



Para aproveitar a orla do lago mais arrumadinho, uma dica clichê é o Pontão do Lago Sul, que tem vários restaurantes com vista para o Lago. Acaba sendo o local que a gente sempre gosta de levar os amigos turistas. Recentemente eles expandiram o calçadão e ficou bem legal. Pode ser um passeio bem romântico.

A exploração turística do lago Paranoá ainda engatinha, mas existe uma iniciativa interessante, a Barca Brasília. Ela faz 2 passeios: um pela manhã, cujo objetivo é mergulhar na água e outro no fim da tarde, para ver o pôr-do-sol. Ocasionalmente, rola uma programação musical, mas que anda mais escassa do que antigamente. O tempo de passeio também diminuiu, de 3 para 2 horas e o preço aumentou. Atualmente está em 60 reais, sem contar o couvert artístico. Acho que, para quem nunca foi, vale a pena, para ver o lago de outra perspectiva. O Edmilson, o dono do barco, dá uma aula sobre a origem e formação do Lago no início do passeio.




Quem mora em Brasília tem o benefício de ter áreas de cerrado circunvizinhas à cidade, o que a deixa cheia de pássaros o ano inteiro, incluindo tucanos. Uma das áreas maiores e mais bonitas é a do Jardim Botânico, que tem uma grande área para caminhadas e também algumas trilhas, que passam por áreas de cerrado stricto sensu, cerradão e mata de galeria. Eu gosto muito de fazer piquenique lá. Pra chegar lá é só subir pela ponte JK e, seguindo a rua principal do Jardim Botânico, virar na primeira rotatória à direita, para descer até a entrada do parque. Outro lugar muito interessante é o Parque Nacional de Brasília, chamado pelos moradores de Água Mineral, pois lá existem 2 piscinas de água de nascente cristalinas. Nos finais de semana, fica cheio, por isso a dica é ir para a piscina velha, que é maior e fica bem mais vazia. Na piscina nova rola uma certa farofada. Há também pequenas trilhas. Infelizmente, o parque ainda não está aberto à visitação em sua maior parte. Para chegar lá, deve-se pegar a EPIA em direção à Sobradinho. Quando vier a placa "Água Mineral", logo depois há um retorno. Deve-se pegá-lo e seguir até a entrada do parque.

Atualmente estão sendo construídas ciclovias que vão melhorar muito o fluxo de bicicletas, o que pode vir a ser um passeio interessante.

Por falar em se refrescar, é importante salientar que estamos no Planalto Central, região que dispõe de inúmeras cachoeiras e, acreditem, algumas bem próximas do Plano Piloto. Elas são mais uma opção no lazer no fim de semana. No próximo texto eu vou descrever esses locais, que eu fui descobrindo ao longo dos meses em minhas incursões pelo DF.