sábado, 26 de dezembro de 2009

A CIDADE DE BRASÍLIA - ORGANIZAÇÃO

Estamos agora no segundo texto da série de Brasília. Dessa vez eu vou falar sobre a cidade em si, no que compreende o Plano Piloto e suas adjacências.


A cidade tem a forma de um avião, onde as asas são chamadas de Asa Sul e Asa Norte, que são cortadas de ponta a ponta pelo Eixão e o corpo do avião é um grande eixo transversal chamado Eixo Monumental, que liga a Esplanada dos Ministérios ao Eixão. Com isso, nas áreas entre essas grandes vias, estão outras áreas, que são denominadas de acordo com a sua localização geográfica (exemplo: sudoeste).


Nas Asas Sul e Norte, não há nomes de ruas e números de prédios. As quadras são numeradas de acordo com a sua posição, à esquerda ou à direita do Eixo, e de acordo com a proximidade da Zona Central. Dentro de cada quadra tem os blocos, denominados por letras. Dessa forma, uma vez que vc entende a lógica da organização, automaticamente vc chega a qualquer lugar se dispuser do endereço, mesmo sem nunca ter ido no local. A cada 2 quadras residenciais há uma quadra comercial. Alem das quadras residenciais, há outros setores que recebem sua denominação a partir da função, sendo abreviados por suas iniciais. Exemplo: Setor Hospitalar Sul, ou SHS.


Ao lado das asas, se estendendo por todo o comprimento do plano piloto, foi represado um rio, sendo formado o Lago Paranoá. Nas suas vizinhanças, há 2 peninsulas que foram chamadas de Lago Sul e Lago Norte. Há uma grande vantagem em morar nesses locais, pois ficam de cara para o lago, o que torna esse local um pouco menos seco do que o resto da cidade.


O clima de lá é muito esquisito. A cidade é conhecida pela secura, no entanto a verdade é há 6 meses de seca no outono/inverno e 6 meses de chuva, na primavera/verão. E é chuva todo dia mesmo. E pancadas. Imagina só que louco. Na sombra sempre é agradável, pois mesmo nos dias mais quentes, a temperatura não passa de 30 graus, o que se deve à altitude local – 1000 metros – e às centenas de arvores distribuidas pela cidade. Brasilia eh a cidade com a maior cobertura verde do pais, portanto se vc imagina esta cidade uma selva de pedra, com as obras utópicas do Niemeyer, pode esquecer.


A cidade tem uma renda per capita, segundo dados recentes, de 11700 reais (!!!). É um local em geral seguro, tranquilo, com trânsito bastante tolerável, a ponto de dizer q vc chega em qualquer lugar do
plano em 15 min de carro. A cidade é muito ensolarada, pois os predios podem ter, no máximo, 6 andares, intercaladamente com áreas só de casas. Muito ventilada também, pois todos os prédios foram construídos sobre pilotis, que são pilastras que permitem a livre circulaçáo do ar e das pessoas, pois é proibido gradear os prédios. So há sinais nas vias paralelas aos eixos principais, por isso, para atravessar a rua, há faixas de pedestres nas quais os carros param, DE FATO, se tiver alguem querendo atravessar. Dificil de imaginar, não é? Entao seria esta a terra da fantasia?


Na realidade, há varios poréns.
Nas regioes satélites há muita pobreza, violência, falta de estrutura, descaso com a população. Os planos de saúde aqui devem embolsar largas quantias, pois depender do sistema de saude pública de lá é bastante complicado. O sistema de transporte público dá vontade de rir – os ônibus são sujos, velhos e caros. O metrô é uma piada. Ou seja – compre um carro ou fique na pior. Se morar nas cidades satélites, ai é inferno mesmo, pois as saídas da cidade têm um transito péssimo. Daí vc vê que lá, como em qualquer lugar do Brasil, TUDO QUE SERVE AO POBRE É UMA MERDA. Os salários são altos pq os custos são altíssimos (ou eh o contrario?), alugar apartamento lá é ser assaltado todo mês e não tem mercado barato: tem os caros e os muito caros.


Voltando aos aspectos positivos, temos lá muitos restaurantes e bares e ocasionalmente, eventos culturais. A cidade e adjacências tem múltiplas opções de lazer, que vou descrever melhor nos próximos textos. Dessa vez eu fui um pouco descritivo, acho que o próximo será mais interessante e mais recheado de imagens. A foto abaixo foi tirada no alto da torre de TV, que é um mirante que está situado perto da esplanada.


domingo, 13 de dezembro de 2009

A VIAGEM PARA BRASÍLIA

Uma boa maneira de começar a falar sobre Brasilia é com a viagem de carro para lá. Foi um momento muito marcante para mim, pois se por um lado, eu larguei tudo e fui embora para uma vida nova em um lugar desconhecido, por outro era o rompimento com vários paradigmas pessoais, além do que eu estava muito empolgado com a realização da viagem em si.

Eu fiz a viagem em 2/10/2008, em 2 dias, sempre pela BR-040. No primeiro dia, foi um passeio muito bonito pelos mares de morros da Rio-Juiz de Fora, até que eu alcancei BH, mas optei por dormir em Sete Lagoas, “a cidade natal do trapalhão Zacarias”...

 

No dia seguinte eu fui para a parte mais longa e mais interesante da viagem, na qual passei por paisagens super áridas, cidades esquecidas no interior de MG, até que avisto uma imensidão azul no meio do barro vermelho, a represa de Três Marias. Vcs não têm noção do que é uma represa daquele tamanho, realmente era bastante assustador, mas ao mesmo tempo lindo. Pena que a estrada passa um pouco longe. A minha namorada disse que conseguiu ver uma vez do avião e também ficou bastante impressionada. Logo depois, eu cruzei o fantástico rio S. Francisco, que nesse trecho tem 360 metros de largura. Eu tive que parar no meio da estrada, após a ponte, para fotografar, mas s foto acima não expressa a sensação de ver ao vivo. Ai que eu entendi porque deram o nome de santo para o Rio. Assim como ele, o rio traz a esperança para pessoas extremamente carentes, pois é uma fonte imensa de água no meio do nada, num lugar extremamente seco!
Com o passar das horas, a paisagem começou a mudar de semi-árido para Cerrado e aí foi ficando mais verde a medida que me aproximava do DF.


Ao chegar em BSB, o hotel onde iria me hospedar ficava atrás da
esplanada dos ministérios, por isso eu precisava cruzar ela inteira. A
grandiosidade do local é de impressionar qualquer um, eu confesso que me impactou a primeira vez que eu cruzei o Congresso Nacional, com aqueles pratos brancos gigantes. Enfim, ao chegar no hotel eu percebi que o negócio era pra valer e, pela primeira vez na vida, eu estava por mim mesmo.

ALAGOAS 2: MACEIÓ E O LITORAL SUL

Maceió, a capital de Alagoas, é o centro, no qual é muito prático se hospedar para explorar o litoral norte e sul, que foi o que eu fiz na segunda vez em que fui lá, por ocasião de um congresso. Maceió tem, em minha opinião, as praias de capital mais lindas do Nordeste: são limpas e, como todo o litoral daquela região, com um mar verde claro sensacional. Como eu já escrevi antes, a melhor opção para conhecer a região de maneira ágil é juntar os amigos e alugar um carro.
Os principais hotéis da região estão na Pajuçara e Ponta Verde, mas em todo o litoral urbano há diversas opções. Eu fiquei no hotel Alagamar, que tem um café da manhã régio com vista panorâmica da cidade. A vantagem é que os hotéis não são tão caros e muitos têm vista direta para o mar. Lá mesmo na Pajuçara é possível contratar um passeio para mergulhar em apnéia, mas eu não tive oportunidade de conhecer.
Na segunda vez que eu estive lá, com minha namorada, fomos ao litoral sul, em direção à praia do Gunga, na qual atualmente não é necessário pagar para entrar, apesar de estar localizada dentro de uma fazenda. Nessa praia há uma lagoa que se comunica com o mar, formando na maré baixa uma grande piscina de águas calminhas e de cor mais azul, diferente do resto das praias. Aliás, essa é uma grande qualidade do litoral alagoano – diversas praias de características muito diferentes. Pros que gostam de estrutura (não me incluo), há como tomar um coco ou uma cerveja gelada e comer um petisco, mas no dia de semana em baixa temporada pode ser que o quiosque não esteja funcionando.
Muitos falam da praia do Francês, mas sinceramente eu achei que nada tem a dever para a praia da Barra lá no Rio, só que sem os prédios. Não tem nada demais e é uma praia pra se conhecer só se o tempo estiver sobrando. Mais ao sul há outras praias que não tive oportunidade de conhecer, mas que também não me interessaram, exceto por um dos passeios mais baladados da região, o delta do Rio São Francisco, na divisa com Sergipe.

extraído de www.kaduviagens.com

Uma grande dica, que nem todos aproveitam quando vão lá, quando se está varado de fome após a praia, é ir à Massaguera, um local que fica em frente à lagoa , um pouco antes da praia do Francês. Cuidado para não perder a entrada, pois é um pouco escondida. E não se assuste se estiver no fim da tarde, quando fica um pouco escuro, não tem perigo. Dificilmente vc vai conseguir comer frutos-do-mar por aquelas bandas com preços tão convidativos. Da primeira vez em que estive lá, tinha um preço escrito assim: “camaraozada 20,00”. Aí eu perguntei: “esse prato é pra quantas pessoas?”. Resposta: “pra quantos forem comer” (como assim?, pensei eu). “Mas... mas... e se forem 3?”, perguntei incrédulo. “20 reais”. “E se forem 4”. “A mesma coisa moço”. Eu, confuso: “ué, mas não fica pouca comida não moço?”. O cara já devia estar pensando “que turista burro, não entende”, mas explicou pacientemente: “meu amigo, de acordo com o número de pessoas a gente adapta a quantidade”. Ah bom, que coisa surreal... Pena que da segunda vez não estava mais assim, acho que eles caíram na real... de qualquer forma, após uma casquinha de siri, uma farta camaraozada e uma garrafa de cerveja eu paguei, após a divisão, com 10%... 10 reais! Isso sim é local para estar registrado nesse blog com honras! O paraíso dos duros!
Para jantar, também há excelentes opções na praia do centro mesmo, com vários restaurantes de frutos do mar a preços muito convidativos. Atenção: passe longe de um tal de Imperador dos Camarões, que é caro e metido a besta, com uma comida muito mal servida, segundo me disseram um casal de amigos nossos.
Eu vou ficar devendo algumas outras fotos que, em breve, colocarei.
Com isso eu estou me cansando um pouco de falar sobre o nordeste, praias e mais praias maravilhosas, ufa! Vamos dar um pulo para o centro-oeste para conhecer um pouco de Brasília e do Planalto Central. É uma região  pouco conhecida do turismo óbvio, se tornando por isso um local interessante para aqueles que querem opções mais criativas para passar as férias. Depois eu volto para conhecermos os encantos da Bahia.

Barbada: comer na Massaguera na volta da praia do Gunga.
Roubada: comer no Imperador dos Camarões.